terça-feira, 25 de junho de 2013

Fotos 2013 - Quinta Parte

O rallye foi seguindo... depois de passar a famosa serra da rodovia Oswaldo Cruz, o trajeto passou na frente de Paraty: O rallye fez parte da Estrada Real (Caminho Velho). A cidade fundada em 1640 (16 de agosto de 1531, provável descobrimento de Paraty), ainda preserva o seu casario colonial e suas ruelas de pedra. Igreja Nossa Senhora dos Remédios data de 1787 – na estrada de Cunha para Paraty havia a Caso do Quinto, onde eram cobrados os impostos, sobre o ouro e depois do café. Chegou a ter mais de 250 engenhos de açúcar. Em 16 de janeiro de 1726, Paraty deixa de pertencer a Capitania de São Paulo, para ser um povoado do Rio de Janeiro (em 1950 chega o primeiro automóvel a Paraty, através da estrada Paraty-Cunha – são os primeiros turistas paulistas). Em 1925 uma nova estrada para automóveis é aberta aproveitando Trechos do antigo Caminho, mas fazendo um atalho que parte do Bairro dos Penhas (onde está a capela de N. S. da Penha), a 8km de Paraty, até encontrar-se novamente com o Caminho do Ouro na localidade de Estiva Preta, hoje conhecida como Fecha Nunca. Por esta estrada veio em 1929, o primeiro automóvel a chegar na cidade, que desceu mas não conseguiu subir de volta, ficando em Paraty. Graças a este atalho que ficou abandonado mas também bastante intacto, o trecho do Caminho do Ouro que passa pela localidade do Souza e que inclui as ruínas da famosa Casa do Registro ou Casa dos Quintos. Hoje é Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. É uma cidade criada pela maçonaria: cores azul e branca nas janelas; ruas tortas esse traçado foi feito para evitar o vento encanado nas casas e distribuir equitativamente o sol nas residências. Outro sinal da presença maçônica são os três pilares (cunhais) de pedra lavrada, encontrados em algumas esquinas, que, foram colocados para formar o triângulo maçônico. As colunas das ruas de Paraty formam um pórtico, uma à direita e outra à esquerda da porta de entrada das casas, ou seja, a mesma função de informar ao visitante que ali mora um maçom, que certamente daria todo o apoio necessário. Mas a simbologia está muito mais presente em Paraty do que podemos imaginar. Outro exemplo típico é a proporção dos vãos entre as janelas, em que o segundo espaço é o dobro do primeiro, e o terceiro é a soma dos dois anteriores; isto é, A+B=C, ou seja, a soma das partes é igual ao todo, que se resume no retângulo áureo de concepção maçônica. Até as plantas das casas, feitas na escala 1:33.33, têm a marca da simbologia dos maçons, desta vez da Ordem Filosófica, cujo grau máximo é o de nº 33. Paraty possui 33 quarteirões e, na administração municipal da época, existia o cargo de Fiscal de Quarteirão, exercido por 33 fiscais.
Depois de Angra dos Reis e de ter passado pela Usina Atômica, o rallye subiu a serra para Lídice: recebeu esse nome em 1944 em homenagem à Vila Tcheca que durante a Segunda Guerra mundial foi vítima de um massacre de toda sua população pelos nazistas. Os moradores da Lídice original, na República Tcheca, eram suspeitos de abrigar os assassinos de um general de Hitler, morto num atentado em Praga. O líder nazista, entre outros atos de vingança contra a população civil tcheca, mandou fuzilar todos os homens da cidade maiores de 15 anos, encaminhou as mulheres para o campo de concentração e as crianças para reformatórios. Não contente, mudou o curso do rio e aterrou a cidade, que sumiu do mapa. Há 3 túneis escavados por escravos – era caminho para a chegada do tráfego de escravos e para bucaneiros e piratas (trilha do ouro).
Após essa estrada, o rallye seguiu pela estrada dos tropeiros, passando pela famosa Bananal. Estrada dos Tropeiros (SP 068), chamada até 1922 como Trilha da Independência. Na verdade, a Estrada dos Tropeiros foi o caminho utilizado no século XVII até parte do XIX, nas viagens dos tropeiros na região Sudeste e Sul. Há várias Estradas dos Tropeiros no Brasil, mas a mais importante é a atual SP 068, ligando Silveiras até Bananal. A mesma estrada serviu de base para a antiga Rio-São Paulo, que utilizou as trilhas como orientação do melhor caminho para chegar até o Vale do Paraíba. Foi pela Estrada dos Tropeiros que D. Pedro I passou na viagem entre Rio e São Paulo, no ano de 1822, quando o Brasil conquistou sua independência.
Bananal: Estrada dos Tropeiros. Encravada no meio da Serra da Bocaina. A origem de Bananal está ligada à construção de uma alternativa na época que permitisse viajar entre Rio de Janeiro e São Paulo, sem enfrentar a difícil viagem por mar, a partir de Paraty. Com o ciclo do Café, Bananal tornou-se uma potência econômica da época, a ponto de já no Brasil Império ter sido necessário o aval de fazendeiros da região, para que o Banco Rotschild emprestasse dinheiro ao Brasil. O nome provém da expressão indígena banani, que significaria sinuoso. A riqueza da cidade era tanta, que chegou, durante bom tempo, a ter moeda própria, financiar a construção de uma ferrovia, importar uma estação ferroviária inteira da Bélgica, exemplar único na América Latina. Dentre os fazendeiros mais ricos, estava Manoel Aguiar Vallim, dono da Fazenda Resgate, que, ao morrer em 1878 teria 1% de todo papel moeda existente no Brasil. A riqueza da cidade era tanta que até uma farmácia ganhou dimensões históricas, como é o caso da Pharmácia Popular, que funciona desde 1830, surgiu inicialmente como Pharmácia Imperial, mas com a República, ouviu os conselhos e mudou de nome.
São José do Barreiro: Estrada dos Tropeiros . É onde fica a entrada para o parque nacional da Serra da Bocaina (tem picos com 2 mil metros de altura) – o rallye passa pelo famoso Clube dos 200 que foi inaugurado em 24 de março de 1928, dez dias antes da inauguração da antiga estrada Rio - São Paulo, hoje Rodovia dos Tropeiros (SP-68). Esse hotel marca, portanto, o início da era rodoviária do país. A construção foi realizada pelo Presidente da República Washington Luis e seus 199 sócios, daí o nome "Clube dos 200". Em 1934 o Automóvel Clube do Brasil assumiu o hotel que seria de grande utilidade aos seus associados, pois estes poderiam usufruir de uma hospedagem requintada na Rodovia Rio-São Paulo). O nome Barreiro revela um atoleiro que exigia muito esforço dos tropeiros nos dias de chuva.
Neste dia o almoço foi em Itamonte: Estrada Real (Caminho Velho) que está entre o parque do Itatiaia e a Serra do Papagaio. O nome mistura Tupi e o Português: Ita=Pedra Monte=Monte (Pedra do Monte referência a Picu uma formação rochosa da região com 2.150 mts de altitude – O Parque Estadual da Serra do Papagaio tem 2.359 mts de altitude) – o almoço foi servido no alto da montanha (onde o vento faz curva cantando o pneu), no Hotel São Gotardo (Garganta do Registro) - a 17.50 metros de altitude. Depois do almoço desce um linda serra passando por Pouso Alto (Caminho Velho da Estrada Real) – Era parada dos Bandeirantes que exploravam o ouro na Serra da Mantiqueira.
Terminando o rallye no Hotel Glória (que um dia já foi cassino - na hospitaleira cidade de Caxambú. Esta cidade fica na Estrada Real (Caminho Velho), e tem 12 fontes de águas minerais descobertas em 1814 (vários hotéis foram construídos no século 19, para utilizar as águas como tratamento medicinal). Em 1868 A Princesa Isabel e seu marido Conde D’Eu, passaram o ano de 1868 lá, como uma verdadeira estação de águas (dizem que ela se curou da esterilidade – mandando construir como agradecimento uma igreja Santa Isabel). Fotos Vera Lambiasi - Enjoy:


Obs.:  Algumas duplas pediram (por diferentes motivos), para não ter suas fotos divulgadas, assim como de seus carros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário