O Rallye saiu de Caxambu e seguiu direto para Campos do Jordão, onde haveria uma prova que desequilibra os participantes - A temida "Noite do Saci" - um percurso de 80km entre serras desafiadoras. Esse ano a direção de prova, retirou do cardápio a serra da Pedra do Baú... Mas mesmo assim, colocaram um laço no livro de bordo, onde muitos se perderam... levaram uma pernada do Saci. Na verdade toda prova de média distância ou tem autódromo no meio ou tem uma prova noturna - as 1000 Milhas Históricas Brasileiras tem as duas... Antes da largada noturna, os competidores assistiram o jogo do Brasil pela Copa das Nações. Fotos de Vera Lambiasi. Enjoy:
A cidade de Campos do
Jordão está localizada no maciço da Serra da Mantiqueira, uma das mais elevadas
cadeias de montanhas do Brasil, com altitude média de 1.628 metros (centro da
cidade – nos arredores pode chegar a 2 mil metros), sendo portanto, o mais alto
município brasileiro. Assim sendo, fica Campos do Jordão na classe das estações
de altitude e em condições superiores a Les Avante (mil metros), Caux (1.100
metros), Leisin (1.450 metros), Davos (1.558 metros), Zermat (1.620 metros) e
Saint Moritz (1.769 metros), com exceção desta última. Seu clima é tropical de
altitude (Cwb), com verões suaves e invernos com temperaturas bastante baixas
para os padrões brasileiros. O clima de Campos do Jordão, comparado à região
alpina de Davos Platz na Suíça, acusou supremacia nos graus de nebulosidade,
nas taxas de insolação, oscilações térmicas e nos índices de precipitação
pluviométrica. Ocorrências de neve foram registradas em 1928, 42, 47 e 66 (entre
1892 e 1897, era comum a cidade ser atingida por prolongadas nevascas). Campos do Jordão é um
dos quinze municípios paulistas considerados estância climática. Os primeiros
habitantes conhecidos da região foram índios pertencentes a várias etnias:
puris, caetés, guarulhos e cataguás. A partir do século XVI, a região começou a
ser percorrida por desbravadores de origem portuguesa, como Martim Corrêa de
Sá, Gaspar Vaz da Cunha e Inácio Caetano Vieira de Carvalho. A família deste
último vendeu suas terras na região para Manuel Rodrigues do Jordão, cujo
sobrenome veio a conferir à região seu nome atual. A partir do final do século
XIX, a região adquiriu a fama de ser um local indicado para o tratamento de
doenças do pulmão, devido a seu excelente clima. Nas décadas de 1920 e 1930,
começaram a ser construídos os primeiros sanatórios, dedicados ao tratamento de
doenças pulmonares.
Em agosto de 1978 houve
na cidade o Primeiro Rallye de Velociade (regulamentação FIA), chamado de
Rallye Pirelli – Campos de Jordão. O Fiat 147 da dupla paulista Eduardo Gomes e
Luis Cagnoni da Equipe Milano/Resil foi o carro vencedor (foi a primeira
experiência feita pelo Automóvel Clube Paulista - A.C.P no sentido de trazer
para o Brasil uma prova internacional de Rallye). No dia da prova, havia vários
carros rádio patrulha (um deles
estava exposto no almoço do nosso rallye em Campos) e quatro viaturas leves do
Corpo de Bombeiros, além de um carro guincho e uma ambulância. Outra
colaboração foi a dos Clubes de PX,
quase 60 mantinham contato continuo entre si e com os carros de Roberto Rocha e
Francisco Santos, ambos equipados com rádios, assim como o centro de
organização da prova localizado no Tênis Clube de Campos do Jordão. O próprio
delegado de Polícia de Pindamonhangaba, Sr. Bitencourt estava com seu Chevrolet
Opala no Pico do Itapeva, com dois rádios instalados no carro, fazendo quase
que um “meio-de-campo” entre os
diversos setores, um PX e um SSB –Single Side Band de longo alcance. Os 100
quilômetros da prova foram percorridos em estradas de terra e asfalto, com oito
trechos, onde a velocidade era livre, contra o relógio. Inscreveram-se 42
carros e largaram 37. Do ponto de vista técnico, a esmagadora vitória dos
carros Fiat chegou a ser constrangedora. Em apenas cinco meses de apoio ao
esporte motorizado, a fábrica de Betim conseguiu atrair cerca de 100 duplas em
todo o Brasil para a recém criada Classe A, somente nos Rallies. Para isso,
instituiu descontos de 10% na compra de carros e venda a preço de custo de
peças para qualquer piloto ou navegador. Além disso, estimulou e orientou os
concessionários Fiat para apoiarem os participantes, além de oferecer prêmios
em dinheiro e troféus aos que utilizassem carros da marca. Ao contrário, a
Volkswagen desprezou o apoio ao Rallye, particularmente nesta prova. O resultado
foi um desastre: os 11 Passat inscritos por revendedores e particulares
quebraram, apesar que o Volkswagen Passat TS já havia sido Campeão Brasileiro
de Rallye de Regularidade em 1976 e 1977 e também levaria o titulo neste ano de
1978. Também seria Campeão Brasileiro de Rallye de Regularidade nos anos
seguintes de 1979, 1980, 1981 inclusive neste último também foi o primeiro
Campeão Brasileiro de Rallye de Velocidade. Quanto a Chrysler, acreditou na
promoção, estimulou os revendedores e oferecendo prêmios às duplas inscritas
com o Polara.
Pode uma coisa dessa? É a cara da pobreza....
Isso porque o piloto é CEO de uma das maiores empresas multinacionais do setor de auto-peças.
Obs.: Algumas duplas pediram (por diferentes motivos), para não ter suas fotos divulgadas, assim como de seus carros.
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